domingo, março 26, 2006

Em relação a Legião Urbana

Parece que anda tudo à "batatada" e , portanto, eis a resposta de Marcelo Fróis.


"Espólio em jogo
19/03/2006 - O Povo (Fortaleza)



Em resposta às declarações de Dado Villa Lobos, o jornalista e produtor musical Marcelo Fróes se manifesta. Na última segunda-feira do mês (27/03), dia em que Renato Russo completaria 46 anos, o canal pago Multishow exibe Renato Russo - Uma Celebração. Gravado na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, o show foi idealizado e dirigido por Froés e deve virar CD e DVD. O tributo conta com as participações de Capital Inicial, Fernanda Takai & John Ulhoa, Vanessa da Mata e Plebe Rude, entre outros.

"A Legião Urbana era marca registrada de propriedade de Renato Russo desde 1987 e ficou para seu herdeiro menor. Desde a morte de Renato, a família nada fez além de administrar a situação herdada e seguir os contratos e a lei. Fui contratado pela família para fazer o levantamento do legado de Renato em 2000 e no ano seguinte, com a concordância e o apoio público de Dado e Bonfá, a EMI me contratou para fazer o levantamento do legado da Legião Urbana. A família manifestou interesse em ter-me como seu representante artístico, para tratar dos assuntos musicais junto aos membros da banda e à gravadora, e fui bem recebido como interlocutor por todas as partes", explica. De acordo com Fróes, a gravadora, Bonfá e Dado aprontaram projetos de Legião Urbana ao longo dos anos e procuraram a família apenas em busca de um aval burocrático. "Lembrei à família de que seus contratos asseguravam a eles posição privilegiada diante dos assuntos da Legião Urbana, como autor e intérprete, e eles avisaram que não aceitariam ser os últimos a saber. Quando o disco As Quatro Estações Ao Vivo foi preparado no final de 2003, eu fui informado de que seria um mero disco com 14 faixas extraídas dos shows - que na íntegra duravam mais de duas horas. Eu sugeri, e a família endossou, que os projetos da Legião Urbana fossem tratados como documentos históricos e não como produtos meramente comerciais - e a família exigiu que fosse lançada uma edição dupla com a íntegra do show, conforme por mim sugerido. Isso incomodou, mas o CD duplo foi preparado. No último minuto, verifiquei que a maior parte das falas de Renato Russo entre as músicas foi cortada e que o disco parecia uma compilação com aplausos. A família exigiu o show inteiro, Dado recusou-se a reeditar e o disco saiu sem autorização artística e autoral de Renato Russo", diz.

"Se eu, como pesquisador, tinha alguma intenção de apresentar projeto de caixa da Legião Urbana, servindo-me da pesquisa em centenas de horas de gravações que coletei, hoje vejo que uma implicância pessoal poderia inviabilizar tudo isso. De qualquer forma, nenhum projeto da Legião Urbana será realizado sem a participação da família, representada por mim ou por qualquer outra pessoa. (...) De qualquer forma, meu crédito de 'pesquisador' está assegurado contratualmente em qualquer CD ou DVD da Legião Urbana no futuro. A preocupação pejorativa com a exploração do acervo de Renato verifica-se somente porque é um grande vendedor de discos; do contrário, seria muito bem-vinda pela crítica... como são lançamentos inéditos de artistas de menor expressão comercial. A única diferença entre a exploração do legado de Renato Russo e o arquivo da banda Legião Urbana está no fato de que nos projetos solo os dois músicos não recebem um centavo".
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