quinta-feira, março 23, 2006

Entrevista a Los Hermanos: Tropicalistas Urbanos do Século XXI (titulo grunho)

o mediocre (caros amigos se não sabem... perguntem... os Los hermanos deram 3 concertos em Portugal e não 2, da ultima vez)(diario digital Entrevista Rodrigo Amarante:

Entrevista a Los Hermanos: Tropicalistas Urbanos do Século XXI
Pedro Trigueiro

Os Los Hermanos regressaram a Portugal para uma curta-digressão conjunta com os Toranja. Consolidada uma extensa manta de fãs em solo brasileiro, o grupo aposta em mais uma apresentação ao público português. Um dos principais compositores do grupo, Rodrigo Amarante, interrompeu o seu dia de folga para uma entrevista ao Diário Digital. Confessou novas amizades, materializadas em discos e livros, e por uma determinada frase de um poeta conhecido da música portuguesa, Manuel Cruz. «por querer mais do que vida...do que em mim tocou» tocou o músico e cruzou-se com nomes como Alfredo Marceneiro, Camané e Carlos Paredes. Perceves, amêijoas, francesinhas, e a «degustação de Vinho do Porto, todo o tipo de vinho possível e em grande quantidade» constituiram parte integrante de «uma semana que se tornou uma sensação de um mês».



A digressão conjunta com os Toranja resultou em algo mais do que uma parceria de estrada. «Houve uma afinidade grande, mais até em termos de personalidade» confessou o músico antes de registar as diferenças entre actuar perante um público mais conhecedor (Brasil) e uma plateia menos familiarizada (Portugal). Ou como «Começar de Novo»...
«Isso é para nós é muito diferente do que temos no Brasil. Tem um efeito muito positivo na banda. Passamos a ouvir a nossa música de forma diferente. Não havendo um público que está ali exaltado e a celebrar a música. Há uma situação de apresentação da música que é como se estivesse a tocar e cantar pela primeira vez. Isso me leva a olhar para as próprias músicas de uma forma diferente. Quero que seja compreendido o que foi escrito e toda a delicadeza. Isso é um exercício muito interessante. Não só a sensação de começar de novo e rever a nossa música. Apresentar um repertório que é inédito sem hierarquia ou cronologia. Isso é como rever tudo».

As reacções portuguesas a um grupo menos imediato. Um conjunto de músicos que obriga a uma espiral de interesse do interessado.

«A plateia é bastante diferente. É menos dada. Tem um comprometimento maior no sentido em que está ali prestando atenção e ouvindo, tentando envolver-se e não vai entregar-se na primeira explosão de luzes que houver. Até porque no nosso concerto não há explosão de luzes (risos). Somos um pouco contra esses artifícios. No começo dos concertos as pessoas estão atentas, com a cara um pouco franzida. Com o decorrer do espectáculo os músculos faciais vão-se relaxando. As pessoas entregam-se. Não é uma histeria como estamos acostumados. Mas dá para ver que gostaram. As nossas músicas são muito diversas no nosso repertório e numa hora entram músicas de vários géneros diferentes. O concerto começa bem calmo (músicas do último disco) depois vai ocupando espaço e tendo uma dinâmica.

A espiral sugou do outro lado do Atlântico. O rectângulo nacional reage lentamente a uma entidade artística que quase obriga a uma não-reacção. A necessidade de uma«lacuna» sugestiva.
«O processo de absorção no nosso caso leva algum tempo. Não que seja a nossa intenção. Existem diversos discos que tenho que me envolver com eles. Certas obras são ao princípio intrigantes. O que se chama de estranhamento. Mas também existe noutras formas de arte. Coisas que têm uma lacuna muito grande. Toda a obra de arte deve ter uma lacuna. É justamente o espaço que uma pessoa vai preencher. Um espaço que uma pessoa preenche com a imaginação ou experiência ou o que vier do inconsciente. Acontece esse fenómeno quando uma pessoa está apaixonada e ouve uma música na rádio e tem a impressão que aquela música foi escrita para ela. É um exemplo bobo, mas é esse espaço a ser preenchido. Na literatura acontece algo semelhante. Assim como quando se observa um quadro várias vezes e ele revela-se sempre com algo de novo. O olhar é que determina a obra. Tem uma frase do Tom Zé «tou-te explicando para confundir, tou-te confundindo para te esclarecer»...

Tom Zé... Tropicalismo... Juntamente com Moreno Veloso, Domenico e Kassin, os Los Hermanos estão envolvidos numa nova abordagem a registos e fórmulas balizadas entre a pop e todo um Brasil imenso e suas idiossincrasias. Uma espécie de Tropicalistas Urbanos do séc. XXI...
«Não diria isso mas adoro a ideia. Mas isso que acontece entre nós e outras bandas não se configura a algo racional ou intencional. Talvez pelo senso de humor do carioca não se levar tão a sério. Para falar das coisas mais importantes da vida, de grandes questões universais, é preciso muito senso de humor».

Artistas criteriosos. Com um gosto específico, bem como a sua forma de estar. Entre a arrogância crítica e a genialidade visível.
«Já fui tachado a coisas como arrogante, chato ou ranzinza. É justamente por isso que me preocupo com quem é que falo, a quem dou entrevista. Não tenho como controlar o que você está achando sobre o que estou a dizer. A única coisa que posso dizer é o que penso. Há pessoas que não estão interessadas em conversar. Se me preocupar demais com o que as pessoas pensam de mim acabo virando uma almofadinha morna. E as minhas opiniões não costumam ser muito mornas. Nos concertos não falamos muito. Boa-noite e música».

nota de pedro k., caro Amarante, pela parte do "Não havendo um público que está ali exaltado e a celebrar a música" obrigadinho, ingrato, já sei que eu e Joana somos 2 e não 1000, obrigadinho!

4 Comments:

Blogger Trojan00 said...

Título grunho?...a prima....

1:37 da tarde  
Blogger Trojan00 said...

Título grunho?...

1:37 da tarde  
Blogger Trojan00 said...

reparo que ninguém comenta...

1:43 da tarde  
Blogger Trojan00 said...

reparo que ninguém comenta...

1:43 da tarde  

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